O Brasil vem se recuperando lentamente de uma crise econômica que atingiu diversas frentes de negócios, que agora mostram que estão se fortalecendo e se tornando mais viáveis. Companhias aéreas de baixo custo têm olhado a abertura comercial no País com um novo ânimo.
Imagem: Meramente ilustrativa
Essas empresas aéreas low-cost tem se interessado no Brasil após alterações na legislação vigente. Além disso, com a retração que mostra o desemprego no país e a perspectiva do aumento do poder de compra do brasileiro, fez com que essas companhias voltassem a se interessar pelo mercado Brasileiro.
Um contraponto a essas variáveis é o fato do setor de aviação brasileiro apresentar grandes barreiras de entrada para novas empresas, assim como um complicado regulamento. Segundo a Associação internacional do Transporte, o Brasil tem o maior número de ações legais contra empresas aéreas em todo o mundo.
De acordo com Peter Cerdá, vice-presidente da organização para as Américas, diz que o volume de ações legais no País é até 60% maior do que na maioria dos países similares, o que eleva os custos das empresas.
A atuação do novo governo Bolsonaro pode ser um fator importante nesse aspecto, podendo atrair novas empresas para o setor. Visando colocar em prática um pacote de medidas com o objetivo de reduzir o valor do querosene de aviação para esse ano, é esperado que a concorrência aumente e por consequência, que o preço das passagens aéreas caia em 2020.
O fim do PIS/Cofins sobre o combustível utilizado em aeronaves também é algo que pode ser visualizado. “Não é uma discussão fácil, porque falar em redução de receita é complicado, mas entendemos que é uma opção que vai turbinar a economia do País”, afirma Ronei Saggioro Glanzmann, o chefe da Secretaria de Aviação Civil (SCA).
Entretanto, já existem empresas estrangeiras adentrando o mercado brasileiro com propostas que diferem bastante do que vem sendo feito hoje em dia. Preços abaixo da média do mercado, conseguem alcançar um público que muitas vezes foram esquecidos por grande parte das companhias. Seguem algumas dessas novas companhias aéreas que operam no Brasil.
Flybondi
Fundada na Argentina, em El Palomar, uma província de Buenos Aires, a Flybondi é a primeira companhia low-cost do vizinho sul-americano. A empresa realizou seu primeiro voo no Brasil no dia 11 de outubro do ano passado, ligando a capital argentina ao aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro. A empresa ficou famosa por oferecer passagens por R$ 1, fora as taxas de embarque, no trecho citado. As passagens foram esgotadas rapidamente. No dia 24 de janeiro, um dia antes do aniversário de 466 anos da cidade São Paulo, a companhia voou ligando a capital paulista a Buenos Aires pela primeira vez, passando também a atingir o público executivo. A empresa, em sua atividade no Brasil, tem cobrado pelo check-in no balcão, por uma refeição (um macarrão instantâneo por R$ 9,78) durante o voo e água (R$ 7,68). Na capital paulista, os voos da Flybondi saem do aeroporto de Cumbica às segundas, quartas e sextas. A partir do mês que vem, serão quatro partidas por semana.
Na capital paulista, os voos da Flybondi saem do aeroporto de Cumbica às segundas, quartas e sextas. A partir do mês que vem, serão quatro partidas por semana.
Sky Airline
Fundada no Chile em 2002, a Sky Airline transporta aproximadamente 350 mil passageiros mensalmente (segundo informações divulgadas pela empresa referentes a 2018), dominando pouco mais que 20% do mercado aéreo doméstico chileno. A companhia opera no Brasil desde novembro de 2018. As passagens custam a partir de US$ 77 (cerca de R$ 308) nos seguintes trechos:
· Santiago-São Paulo (Guarulhos)
· Santiago-Rio de Janeiro (Galeão)
· Santiago-Florianópolis
· Santiago-Salvador (a partir de 30 de dezembro)
Norwegian
A Norwegian é a única companhia low-cost que, em seus trechos de operação, liga o Brasil à Europa. O trecho de Londres - Rio de Janeiro custa a partir de R$ 1.355,39, abaixo do praticado no mercado.
A companhia de origem norueguesa emprega 10 mil funcionários, possui 500 rotas e receita líquida de aproximadamente US$ 4,4 bilhões (R$ 18,7 bilhões). Em 2018, foram transportados 37 milhões de passageiros.
De 2013 a 2018, a Norwegian foi premiada como melhor companhia low-cost da Europa e melhor companhia low-cost de longo curso do mundo nos Prêmios Skytrax.
A Norwegian já está operando no Brasil. A companhia cobra R$ 42,95 por uma bagagem de mão. Caso o passageiro não tenha interesse em contratar o serviço, pode levar a bordo apenas uma bolsa ou mochila que caiba embaixo do assento.
Essa mochila deve ter 38 centímetros de altura, 30 centímetros de largura e 20 centímetros de profundidade, com peso máximo de 10 quilos.
Virgin Atlantic
A Virgin Atlantic Airways é uma das maiores operadoras aéreas do Reino Unido, especializada em voos intercontinentais de longo curso. No final de 2019, a companhia anunciou que passará a operar entre o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e o Aeroporto Heathrow, em Londres.
O trecho será o primeiro da companhia na América do Sul e será operado em aeronaves Boeing 787-9 Dreamliner, uma das 46 aeronaves da empresa. O avião é preparado para transportar passageiros em três classes, sendo 31 na Classe Upper Class, 35 na Classe Premium e 192 na Classe Econômica.
A partir deste ano, o trecho citado custará a partir de US$ 751,20 (R$ 3.199,06), sendo realizado diariamente.
Air China
De certa forma, a Air China já é consolidada no Brasil. Atuante em território brasileiro desde 2009, especialmente em períodos de alta temporada. Desde março de 2019, a companhia opera regularmente, nos trechos de São Paulo (Guarulhos) – Madri - Pequim, duas vezes por semana.
A empresa é uma das líderes do setor em um dos maiores mercados consumidores do planeta. Possui 754 rotas, 684 aeronaves e transportou 110 milhões de clientes em 2018. A receita líquida da companhia neste período foi de aproximadamente US$ 19,3 bilhões.
JetSmart
Criada em 2017, a JetSmart é uma companhia das consideradas “ultra-low-cost“, de origem norte-americana e atua no Brasil por meio de sua subsidiária chilena. A operação foi autorizada em setembro do ano passado, mas os trechos anunciados Santiago-Salvador, Santiago-Foz do Iguaçu e Santiago-São Paulo (Guarulhos), estão ativos desde dezembro.
A expectativa da companhia é transportar 33 mil passageiros por ano entre Santiago e Salvador, com três voos semanais durante o verão e dois por semana no restante do ano.
A empresa justifica os baixos preços com a medida de “cobrar do cliente só pelo serviço que ele de fato consome”. Dessa forma, a empresa tem tarifas específicas para despachar bagagem, marcar assento, check-in ou impressão de cartão de embarque no aeroporto e animal de estimação a bordo.
Com o passar do tempo, com a tendência de abertura comercial brasileira para as empresas de todo o mundo, as companhias aéreas, sobretudo as low-cost, poderão ver o mercado brasileiro como uma oportunidade de diversificação das operações.
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